alea jacta est!

filosofia, literatura, tecnologia, cinema e impressões aleatórias sobre qualquer coisa.

12.12.02

[vi] ver mata e um edifício cheio de vida

putz, a falta q faz ler sobre um filme, às vezes. ontem entrei no espaço unibanco sem querer e acabei vendo um filme mexicano em q o melhor são a trilha sonora e o título. chama-se "viver mata". na real, ver [esse filme] é q mata. não entendo como o pessoal do espaço pôde ter escolhido esse filme. gosto é gosto. ou desgosto.

fiquei tão puto de ter assistido a essa porcaria, com uma boa idéia, mas um péssimo argumento, q acabei atirando no certeiro logo depois: assistir a "edifício master", do eduardo coutinho. muito bom! declarações antológicas. um puta documentário sobre a solidão da pobreza ou a pobreza da solidão. não sei em q ordem.

algumas cenas maravilhosas: o depoimento da puta [dizendo q hj em dia tudo é normal, até mesmo ser puta, uma profissão nada fácil, diz ela, que bebe todas antes de trabalhar], o do sujeito q cantou "my way" com frank sinatra [ele canta no documentário - se emociona e nos emociona em seu desabafo de que fez o q podia].

recomendo. uma aula de cinema.

mas o q mais chama atenção no filme, além dos méritos de bom entrevistador do diretor, são mesmo as histórias, uma palhinha de um brasil q vive como pode. houve momentos q tangenciaram as esquisitices americanas de "true stories" do david byrne. seresumanos médios são esquisitos em sua humanidade em qualquer parte do mundo.

o que a pobreza tira das pessoas dá de outra forma. perde-se em bens pro vizinho da atlântica. mas ganha-se em solidariedade, calor humano, sensibilidade, lucidez. como o depoimento da doméstica espanhola q diz q não existir pobreza no brasil. apenas preguiça. "nem pra receber remédio de graça do governo as pessoas se mexem", diz ela sorrindo.

depois de "edifício master" já estou pronto para o ônibus 174. q 1 amiga diz ser bem pesado. + pesado do q viver mata não deve ser. nada + pesado q um mau filme.